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Desastre em Minas Gerais

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Barragem da Vale rompe em Brumadinho


O rompimento da barragem, localizada em Brumadinho (MG), deixa até agora 58 mortos identificados e outros 305 desaparecidos

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Hoje, 25 de janeiro, novamente uma barragem da mineradora Vale se rompeu, desta vez em Brumadinho, cidade pequena, com população de em média 39 mil habitantes (IBGE), com área de 639,43 km² localizada na região metropolitana de Belo Horizonte em Minas Gerais. Tudo indica que o rompimento foi causado pela redução da rigidez do solo. Os resíduos decorrentes desse rompimento atingem a comunidade Vila Ferteco, uma área rural próxima a Barragem da Mina Córrego do Feijão, desativada desde 2015, causando prejuízos financeiros e o pior: mais um grande número de mortes.

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A Vale informou que cerca de 600 pessoas estavam no prédio no momento, até agora se tem informações que por volta de 300 e 350 pessoas estão desaparecidas, mas a tendência é que o número aumente. Na região havia uma pousada e uma grande diversidade de animais que foram soterrados por lama e rejeitos.

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A Defesa Civil do Estado,  mais de 100 membros do Corpo de Bombeiros e 290 militares estão no local para socorrer as vítimas e começar a reparar os danos causados em toda região, com auxílio de tecnologia fornecida por Israel, que permitirão encontrar corpos em até 4 ou 5 metros de profundidade, também contando com a utilização de imagens de satélites, drones, leitura de calor, sinal de celular, cães farejadores e sonares.

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Militares e bombeiros também fazem buscas manuais pela lama, porém existe um cuidado para que eles não afundem, e assim, coloquem a vida dos próprios socorristas em risco. Estão sendo colocadas estacas para marcar os pontos que a equipe já observou e também demarcar os locais onde pode haver corpos e as áreas que são perigosas. Os militares ficam de bruços pelo lamaçal e se arrastam, o que evita a possibilidade de afundamento. "É um trabalho de formiguinha, são áreas gigantescas", disse o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

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A avalanche de lama e rejeitos já percorreu mais de 200 km, podendo atingir outras regiões. Saiu da Barragem 1 do Córrego do Feijão, passou pelo Centro Administrativo da Vale, logo em seguida pela  Pousada, pelo Parque da Cachoeira e começou a atingir o reservatório da hidrelétrica de Retiro Baixo. Já existem indícios de que a lama percorreu quase todo o rio Paraopeba e por isso, por volta de 13h30, a prefeitura da cidade alertou nas redes sociais e foram emitidos alarmes por toda a comunidade próxima, para que se mantivessem afastadas do leito do rio.

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Os bombeiros que trabalharam também no desastre de Mariana, na barragem de Fundão, em novembro de 2015, dizem que esse foi muito pior que o primeiro rompimento, um exemplo é que em Brumadinho, a lama se encontra mais pastosa e a dificuldade de caminhar é cada vez maior, além de que dessa vez, o número de mortes foi muito maior.

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Em uma vistoria da Defesa Civil de Minas Gerais, cerca de sete meses antes do rompimento, havia sido detectada uma falha no sistema de sirenes, porém o coordenador-adjunto da Defesa Civil, Flávio Godinho, não soube dizer se o problema foi resolvido, tudo indica que não.

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O presidente da mineradora ainda não se pronunciou sobre o ocorrido, mas em nota afirmou que "a prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade". A empresa tem responsabilidade pelo segundo desastre dentro de poucos anos e após essa tragédia, suas ações na Bolsa de Nova York caíram em 8%.

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Já considerado o maior desastre ambiental e ecológico no Brasil, neste momento cada morador da região que está desalojada perde não só seu lar, mas suas famílias, seus sustentos e ficam desamparados.

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Sabrina Toledo e Juliana Vernasqui - 2019

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