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Carta a um estudante de jornalismo

 

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O despertador toca. 5h da manhã e seu primeiro pensamento é: “Só mais 5 minutinhos, por favor”. Aquele seria um dia importante: de manhã o primeiro dia no emprego e a noite, prova na faculdade. Acordar, tomar banho, se arrumar, tomar café e já é hora de sair de casa. Com roupa social e levando um casaco, afinal, não existe previsão que acerte o clima em São Paulo. Bloco de anotações, caneta e câmera fotográfica na bolsa, mas… cadê o notebook?

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Lugar moderno, pessoas novas, essa era a oportunidade de sua vida e o começo de tudo: seu primeiro estágio. Buscar referências, pesquisar, falar com pessoas, enviar mensagens, receber a pauta do dia, marcar entrevistas, chefe chamando na sala dele para a primeira reunião, hora de apresentar para ele. Tudo saindo como planejado, afinal quem consegue uma chance de publicar sua primeira reportagem logo no início? É perfeito! Até que seu copo de café cai em cima do pen drive com a matéria, a reunião começará em 5 minutos e o verdadeiro caos se instala.

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Ela procura seu notebook, vai mostrar a reportagem de qualquer jeito, então percebe que ao sair, estava tão ansiosa e apressada, que esqueceu o mais importante. Bate o desespero, eram duas horas de metrô até sua casa, não tinha como ir buscá-lo. Se seu chefe gostasse da matéria, ela teria a chance de viajar com ele até a redação da revista em Nova Iorque, mas aparentemente estava tudo perdido.

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Decide então que a melhor saída é contar o que aconteceu e rezar para que o chefe seja um anjo da compreensão. Ao entrar na sala, ela explica tudo, mas se sente como se fosse uma criança falando para o professor que o cachorro comeu sua lição de casa, dá pra ver a decepção no olhar dele, ele havia acreditado nela e ela desperdiçou de forma tão idiota.

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No entanto, ele resolve dar uma segunda chance, ela deverá escrever uma nova reportagem e entregar a ele ainda hoje. A alegria volta a invadir seu corpo, ela agradece e sai da sala. Já está na hora de ir para a faculdade, ou ela perde uma prova ou sua grande oportunidade, é claro que a decisão já está tomada. Hora de escrever, hora de conquistar a tão sonhada viagem. 

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Bom, dessa vez não vai ter um super-herói para salvar o dia, esse desastre terá que ser recompensado em apenas uma noite, para ter em mãos o que pode ser a reportagem da sua vida. A vida é assim, acordar cedo, metrô lotado, correria, trabalho, faculdade e alguns desastres, mas o importante é a gente estar fazendo o que gosta e correndo atrás dos nossos sonhos, existe uma frase do arquiteto e escritor Frank Lloyd Wright que diz: “Eu sei o preço do sucesso: dedicação, trabalho duro e uma incessante devoção às coisas que você quer ver acontecer”, então, se estivermos fazendo o que acreditamos, mesmo no meio da confusão do dia a dia, tudo estará bem.

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Sabrina Toledo e Juliana Vernasqui - 2020

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